O laudo pericial concluído pelo Instituto Médico Legal de São Paulo (IML) sobre o assassinato da jovem Vitória Regina de Souza, de 17 anos, surpreendeu os investigadores.
O jornalista Lucas Jozino, da Globonews, teve acesso ao documento que aponta que Vitória não teria sofrido violência sexual e que foi morta por três facadas
O laudo ainda aponta que havia álcool no sangue na jovem. No entanto, os peritos afiram que o álcool seria em decorrência do “processo de fermentação característico da putrefação” do corpo
Nesta terça-feira (18), o delegado da Polícia Civil de São Paulo Aldo Galiano, responsável pela investigação, negou que o principal suspeito, Maicol Antonio Sales dos Santos, 27, tenha confessado a autoria do crime.
Ele pediu a presença da mãe para conversar com o delegado. Até agora [a confissão] é especulação. Confissão é muito séria para se divulgar. Só após assinar e ser analisado o conjunto. Por enquanto, nada”, disse o delegado.
A defesa de Maicol também negou que o suspeito tenha confessado o crime. Ele está preso desde o dia 8 de março e é apontado como principal suspeito pela morte de Vitória, assassinada em Cajamar, Região Metropolitana de São Paulo. A jovem estava desaparecida desde o dia 26 de fevereiro após ter saído do trabalho, e seu corpo foi encontrado uma semana depois com sinais de tortura, cabeça raspada e degolada.
Segundo a polícia, a principal linha de investigação é de que Maicol agiu sozinho após ter ficado obcecado por Vitória por meses. Imagens de seu celular mostram diversos prints de fotos da jovem, além de outras meninas com aparência parecida.
Nesta segunda-feira (17), a polícia tirou fotos da área da mata perto da casa de Maicol, que fica na zona rural de Cajamar. Na semana passada, foram encontrados vestígios de sangue no banheiro. A polícia acredita ser de Vitória, mas aguarda os resultados do exame de DNA.
Como tudo teria começado ainda em 2024
Próximos de concluir o inquérito sobre o monstruoso assassinato de Vitória, os investigadores do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro), chefiados pelo delegado-diretor Luiz Carlos do Carmo, divulgaram as imagens que foram recuperadas no celular de Maicol.
Nos passos finais da investigação, a Polícia Civil de São Paulo percebeu que a garota teria sido morta, na verdade, por um homem que atuava como uma espécie de stalker, termo do inglês usado para classificar pessoas que são paranoicas por alguém e passam a seguir seus passos, a monitorando, e muitas vezes gerando ameaças e importunações. A hipótese de outros indivíduos terem participado do assassinato, até então a principal linha dos investigadores, passou a ser afastada.
Quando Maicol se torna suspeito e percebe que pode ser preso, ele deleta inúmeras imagens que mantinha guardadas na memória de seu celular. No entanto, com a apreensão do aparelho de telefonia móvel, e por meio da utilização por parte das autoridades de um aplicativo de origem israelense, o Cellebrite, foi possível recuperar as fotos e prints que complicaram ainda mais a vida do acusado.
A primeira das imagens, divulgada na noite de domingo (16), pelo Fantástico, da TV Globo, foi do print da publicação de Vitória avisando que iria embora após sair do restaurante onde trabalhava como caixa, num shopping da área mais central de Cajamar. A perícia descobriu que a postagem foi feita sete minutos antes de a garota descer no ponto de ônibus próximo de sua casa. Os policiais acreditam que a informação foi essencial para que Maicol pegasse o carro e fosse interceptá-la antes que Vitória chegasse à residência